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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

39. Memórias Póstumas de um ano cinzento

É o Brasil ao vivo aí na sua casa“. Assim, naquele 1 de setembro, Cid Moreira encerrava a primeira exibição do Jornal Nacional, três dias depois, o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Charles Burke Elbrick é sequestrado por membros do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), e da Ação Libertadora Nacional (ALN). Desde já, ações ou feitos eram maquiadamente retratados por meio das tímidas e opacas cores preta e branca emitidas pelos poucos televisores espalhados em lares brasileiros. Esta era a pátria amada, isto era 1969.

Em 18 de setembro, o governo, que em momento era formado por uma junta militar substituindo o então presidente Marechal Artur da Costa e Silva, afastado por enfermidade e que meses depois viria falecer, decreta a Lei de Segurança Nacional, que tinha como razão, o exílio e a pena de morte em casos de guerra revolucionária, psicológica adversa ou subversiva. As condições democráticas e os direitos cívicos encontravam-se cada vez mais restritos e limitados aos deveres impostos, prova disso, no dia 17 de outubro é promulgada a Emenda Constitucional n°01, ou comumente chamada de Constituição de 69, que reformava a Constituição de 1967, tornando-se agora favorável aos princípios militares, juntamente com outros 12 Atos Institucionais estatuídos somente nestes 12 meses.

O ano não acabava por aí, no dia 30 de outubro o país conhecia o seu 28º presidente, tomava posse o linha dura Emílio Garrastazu Médici. Em 4 de novembro, o líder da ALN Carlos Marighella é assinado por tiros de metralhadora por integrantes do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), 15 dias depois Pelé marca seu memorável gol de número 1000, onde em pleno estádio do Maracanã o Santos derrotava o Vasco da Gama por 2 gols contra 1. Ainda poderia-se relatar muitos outros acontecimentos deste inesquecível ano, mas como diria a canção vencedora do V Festival de Música Popular Brasileira:

- Tanta coisa que eu tinha a dizer, mas eu sumi na poeira das ruas.” (Sinal Fechado – Paulinho da Viola)

Por Altieres Fonseca (21/10/2012)

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